quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Sobre Castelos de Areia
É difícil desmanchar um Castelo de Areia... Por mais que se saiba que ele é apenas de areia... que é fugaz... Porém, as vezes é tão lindo, tão surreal... que nos faz esquecer que nele não cabemos dentro. É aí que se quer ser pequeno, tão pequeno quanto se possa. E é quando o vento se torna ameaçador o bastante para levar-te junto com os grãos de areia que secam...
Ser humano é contentar-se em ser limitado pelo que se sabe e dividido pelo que se entende. Uma luta tão dual de si contra o "outro Si", e que por tantas vezes parece não ser disputada por nenhum possível vitorioso.
É difícil desmanchar um Castelo de areia. E também com ele não sonhar ser mínimo. Mas infantil, desnudo de graça, e de pazinha na mão, reflito: “Devo por isso não construí-lo...?"
”Definitivamente. É difícil desmanchar um castelo de areia. Mais difícil é não construí-lo.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Palavras Curtas
(.:Verdades Satíricas:.)
Fui dar uma espiada na minha caixa de E-Mails, que normalmente fica lotada daquelas mensagens em massa, que algumas pessoas insistem em te enviar caprichosamente todos os dias, sem jamais esquecer de solicitar ao final que você espalhe para todos os seus amigos e contatos. Foi quando estranhamente constatei a presença de um estranho e-mail que não tinha um título nada comum: “Saudações, querido amigo!”
Detalhe: não havia qualquer anexo, nem HTML, nem slides ou fotos... Nada. Tive um crise de pânico! O que seria aquilo? Um E-Mail bomba? Um supervírus novo, desses que saltam do computador e corroem até o mouse? Fiquei apavorado. Mas “cliquei”.
Era um E-Mail! De verdade, cheio de letras, aproximadamente duas páginas A4, se fosse medir em centímetros. Não tinhas “Smile”, as palavras estavam escritas de forma completa, e, acreditem, bem escritas. Mais uma vez entrei em pânico! Só podia ser coisa de um psicopata, avisando o dia de minha morte...!
Porém, era uma amigável “carta”. Começava de forma simples, e terminava de forma simples. Alguém que dizia me conhecer havia muitos anos, e que as curvas da vida haviam separado, e que reconhecera meu nome no Orkut.
Fiquei pasmo. Lembrei-me daquela época em que se trocava cartas, de duas, três, quatro páginas, que contavam como as coisas estavam, as novidades, os dramas da vida. Eu, particularmente, chegava a dedicar umas duas horas às vezes, para escrever aquela carta, que levaria ainda uns três dias depois de colocada naquelas caixas amarelas do correio, que hoje padecem de solidão, as poucas que ainda existem. A ansiedade por uma resposta começava ali. Era caro, trabalhoso, primitivo, mas... Tão pessoal e prazeroso...
O aluguel de uma caixa postal nos correios custava caro, mas ainda assim, se encontrava fila de espera para conseguir uma, e selos se compravam em enormes cartelas quando se tinha um parente distante, ou mesmo um amigo ou namorada por correspondência. Pois é, acho que essas coisas faleceram. E não é pra menos, MSN, E-Mail grátis de todo o tipo, promoções telefônicas, torpedo, celular ao preço de cafezinho, Lan-House por todos os lados, computador ao preço de televisão... Espaço ilimitado para letras. Idéias ilimitadas para escrever. Mas ainda assim, eu raras vezes recebi um E-Mail à altura de uma carta. “E aê, cm vc ta? Fz tmpo q ñ tc com vc! J”... E assim tem sido. Meio parágrafo, pois ninguém mais tem tempo. Quanto mais a tecnologia avança para te dar facilidades, mais dificuldades você encontra. Menos tempo você tem.
Mas continuei minha jornada, lendo o meu raro E-Mail. “Fiquei muito contente de encotrar você depois de tantos anos. Mas não sabia que tinha se mudado para o Rio Grande do Sul, dizem que aí faz muito frio, não é verdade? Pois é, o pessoal da nossa velha escola, aqui em Minas...”
Não consegui acabar o último parágrafo. Jamais morei em Minas. Sempre vivi no RS. Mas me senti contente, ao menos, por não precisar levar até o correio, colar um selo, e mandar de volta ao remetente. :(
Detalhe: não havia qualquer anexo, nem HTML, nem slides ou fotos... Nada. Tive um crise de pânico! O que seria aquilo? Um E-Mail bomba? Um supervírus novo, desses que saltam do computador e corroem até o mouse? Fiquei apavorado. Mas “cliquei”.
Era um E-Mail! De verdade, cheio de letras, aproximadamente duas páginas A4, se fosse medir em centímetros. Não tinhas “Smile”, as palavras estavam escritas de forma completa, e, acreditem, bem escritas. Mais uma vez entrei em pânico! Só podia ser coisa de um psicopata, avisando o dia de minha morte...!
Porém, era uma amigável “carta”. Começava de forma simples, e terminava de forma simples. Alguém que dizia me conhecer havia muitos anos, e que as curvas da vida haviam separado, e que reconhecera meu nome no Orkut.
Fiquei pasmo. Lembrei-me daquela época em que se trocava cartas, de duas, três, quatro páginas, que contavam como as coisas estavam, as novidades, os dramas da vida. Eu, particularmente, chegava a dedicar umas duas horas às vezes, para escrever aquela carta, que levaria ainda uns três dias depois de colocada naquelas caixas amarelas do correio, que hoje padecem de solidão, as poucas que ainda existem. A ansiedade por uma resposta começava ali. Era caro, trabalhoso, primitivo, mas... Tão pessoal e prazeroso...
O aluguel de uma caixa postal nos correios custava caro, mas ainda assim, se encontrava fila de espera para conseguir uma, e selos se compravam em enormes cartelas quando se tinha um parente distante, ou mesmo um amigo ou namorada por correspondência. Pois é, acho que essas coisas faleceram. E não é pra menos, MSN, E-Mail grátis de todo o tipo, promoções telefônicas, torpedo, celular ao preço de cafezinho, Lan-House por todos os lados, computador ao preço de televisão... Espaço ilimitado para letras. Idéias ilimitadas para escrever. Mas ainda assim, eu raras vezes recebi um E-Mail à altura de uma carta. “E aê, cm vc ta? Fz tmpo q ñ tc com vc! J”... E assim tem sido. Meio parágrafo, pois ninguém mais tem tempo. Quanto mais a tecnologia avança para te dar facilidades, mais dificuldades você encontra. Menos tempo você tem.
Mas continuei minha jornada, lendo o meu raro E-Mail. “Fiquei muito contente de encotrar você depois de tantos anos. Mas não sabia que tinha se mudado para o Rio Grande do Sul, dizem que aí faz muito frio, não é verdade? Pois é, o pessoal da nossa velha escola, aqui em Minas...”
Não consegui acabar o último parágrafo. Jamais morei em Minas. Sempre vivi no RS. Mas me senti contente, ao menos, por não precisar levar até o correio, colar um selo, e mandar de volta ao remetente. :(
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Janela da Alma
Pra começar... Sou reticente...
Dizer que falar sobre mim é abordar o assunto que melhor domino pode ser uma falácia. Constantemente me transformo, e procuro lapidar minhas opiniões e conceitos com novas óticas e informações. É talvez um vício, buscar novas formas de ver as mesmas coisas, desconstruir opiniões, reconstruir motivos.
Não gosto de pessoas que avaliam a gente pelo primeiro impulso, principalmente quando sabem que sabemos estar sendo avaliados, conheço poucos que não erram diante de tal responsabilidade. Prefiro as que observam caladas, discretas. Estas conhecem a verdade sem precisar intimidar.
Aprecio bons líderes, gosto de observar como trabalham, e como fazem para manter o controle sobre pessoas com quem lidam. Acho patético quem tem de usar métodos bárbaros para arrancar os resultados que espera em relação ao trabalho. Mas tenho mais pena ainda de quem só sabe produzir resultados sobre esta mesma pressão.
Trabalho bem quando estou estimulado, e com a forma certa, não encontro limites físicos nem emocionais para buscar um fim. Mas não me sinto capaz de empregar meios que considero injustos.
Falando em meios injustos, não creio que fins justifiquem qualquer meio. Mas creio que podem justificar às vezes. Aprecio quando algo é feito em busca do prejuízo menor, mesmo que este tenha de ser dividido por todos.
Não gosto de me deparar com pessoas grosseiras, nem com pessoas superficiais. Mas quando estou em grupo, acho que sei como fazer delas ferramentas de produção de bons resultados, seja no que for. E adoro estudar formas de fazer isso. Ainda que o ditado diga que “não se pode agradar gregos e troianos”, tenho lá minhas dúvidas. Eu prefiro tentar.
Há poucas coisas nas quais acredito. Sobre a maioria das coisas que penso, na verdade sei. Crer, para mim é ter fé. Fé nem sempre é bom sinal. Fragiliza o juízo, tende a “emburrecer” as pessoas. Mas quando sinto que algo é verdadeiro, mesmo que não possa provar empiricamente, adoto como “verdade pessoal”, mas sempre exposta à possibilidade de mudar, caso prova em contrário surja.
Gosto de ler poesias e afins usando conhecimento mítico. E leio artigos científicos com conhecimento empírico-científico. Acho muita graça de quem não sabe a diferença, e desprezo os que sabem a ainda assim, enganam quem não sabe com idéias mistas... Religiosos normalmente fazem isso.
Adoro quando faz frio. Visto-me melhor no inverno. Mas odeio chuva de uma semana. Dias equilibrados, de meio termo, me chateiam também. Prefiro estações definidas e marcantes. Prefiro assim também as pessoas. Acho muita graça das que preferem agradar a todos. Gosto que todos fiquem felizes comigo, mas não me transformo no objeto de suas admirações para isso. Acho um pessoas que se esforçam para serem admiradas um saco. Mas respeito isso, afinal, sem isso, talvez não sejam nada.
Irritam-me pessoas que se acham vítimas das circunstâncias. Costumo ser impiedoso com quem tem pena de si mesmo.
Uso meia hora de minha vida sentado numa poltrona na penumbra, de vez em quando. Sem fazer nada, sem criar nada, sem desejar nada. Faz a gente lembrar como é estar realmente sozinho.
Fico indignado quando viro a página de um livro e encontro certas frases geniais de um filósofo ou um escritor qualquer, e tenho a clara impressão de ter sido plagiado em um de meus pensamentos não escritos... Percebo que eu deveria ter nascido uns anos mais cedo. Depois, acabo ficando feliz por não estar sozinho naquela sentença.
Tenho péssimo humor quando faço compras. Tenho mania de cheirar as coisas, mesmo que o cheiro não pareça bom. Às vezes me dou mal.
Adorava ler Mad e Chiclete com Banana. Mas fiquei triste quando mudaram tragicamente a linha de humor. Me pergunto as vezes se não fui eu quem mudei.
Adoro humor negro. Não aprendi até hoje a usar os “Porquês”. Aprendo, e esqueço. Tenho que ficar com um papel anotado o tempo todo, como se fosse a fórmula de báskara.
Não gosto de dar presentes em datas festivas, sofro de crises de identidade na páscoa (Tá, brincadeira... É que o preço do ovo ta pela hora da morte!). Prefiro dar presentes por dar, sem datas marcadas.
Adorava Chaves, quando tinha tempo para assistir. Para mim, ele é um gênio. Ainda acho que é baseado na mitologia grega.
Eu também detestava o Orkut. Hoje, detesto quando está fora do ar. Me sinto “vendido” por isso as vezes. Mas me perdôo unicamente por que não fumo. (Olha aí o Porquê...).
E... Para terminar... Também sou reticente às vezes. Acho que por que sempre sinto como se houvesse algo mais a ser dito. Como se ali ficasse calada uma idéia importante que não pode ser dita. Mas que deve ser pensada.
Assim sou. Por enquanto.
Dizer que falar sobre mim é abordar o assunto que melhor domino pode ser uma falácia. Constantemente me transformo, e procuro lapidar minhas opiniões e conceitos com novas óticas e informações. É talvez um vício, buscar novas formas de ver as mesmas coisas, desconstruir opiniões, reconstruir motivos.
Não gosto de pessoas que avaliam a gente pelo primeiro impulso, principalmente quando sabem que sabemos estar sendo avaliados, conheço poucos que não erram diante de tal responsabilidade. Prefiro as que observam caladas, discretas. Estas conhecem a verdade sem precisar intimidar.
Aprecio bons líderes, gosto de observar como trabalham, e como fazem para manter o controle sobre pessoas com quem lidam. Acho patético quem tem de usar métodos bárbaros para arrancar os resultados que espera em relação ao trabalho. Mas tenho mais pena ainda de quem só sabe produzir resultados sobre esta mesma pressão.
Trabalho bem quando estou estimulado, e com a forma certa, não encontro limites físicos nem emocionais para buscar um fim. Mas não me sinto capaz de empregar meios que considero injustos.
Falando em meios injustos, não creio que fins justifiquem qualquer meio. Mas creio que podem justificar às vezes. Aprecio quando algo é feito em busca do prejuízo menor, mesmo que este tenha de ser dividido por todos.
Não gosto de me deparar com pessoas grosseiras, nem com pessoas superficiais. Mas quando estou em grupo, acho que sei como fazer delas ferramentas de produção de bons resultados, seja no que for. E adoro estudar formas de fazer isso. Ainda que o ditado diga que “não se pode agradar gregos e troianos”, tenho lá minhas dúvidas. Eu prefiro tentar.
Há poucas coisas nas quais acredito. Sobre a maioria das coisas que penso, na verdade sei. Crer, para mim é ter fé. Fé nem sempre é bom sinal. Fragiliza o juízo, tende a “emburrecer” as pessoas. Mas quando sinto que algo é verdadeiro, mesmo que não possa provar empiricamente, adoto como “verdade pessoal”, mas sempre exposta à possibilidade de mudar, caso prova em contrário surja.
Gosto de ler poesias e afins usando conhecimento mítico. E leio artigos científicos com conhecimento empírico-científico. Acho muita graça de quem não sabe a diferença, e desprezo os que sabem a ainda assim, enganam quem não sabe com idéias mistas... Religiosos normalmente fazem isso.
Adoro quando faz frio. Visto-me melhor no inverno. Mas odeio chuva de uma semana. Dias equilibrados, de meio termo, me chateiam também. Prefiro estações definidas e marcantes. Prefiro assim também as pessoas. Acho muita graça das que preferem agradar a todos. Gosto que todos fiquem felizes comigo, mas não me transformo no objeto de suas admirações para isso. Acho um pessoas que se esforçam para serem admiradas um saco. Mas respeito isso, afinal, sem isso, talvez não sejam nada.
Irritam-me pessoas que se acham vítimas das circunstâncias. Costumo ser impiedoso com quem tem pena de si mesmo.
Uso meia hora de minha vida sentado numa poltrona na penumbra, de vez em quando. Sem fazer nada, sem criar nada, sem desejar nada. Faz a gente lembrar como é estar realmente sozinho.
Fico indignado quando viro a página de um livro e encontro certas frases geniais de um filósofo ou um escritor qualquer, e tenho a clara impressão de ter sido plagiado em um de meus pensamentos não escritos... Percebo que eu deveria ter nascido uns anos mais cedo. Depois, acabo ficando feliz por não estar sozinho naquela sentença.
Tenho péssimo humor quando faço compras. Tenho mania de cheirar as coisas, mesmo que o cheiro não pareça bom. Às vezes me dou mal.
Adorava ler Mad e Chiclete com Banana. Mas fiquei triste quando mudaram tragicamente a linha de humor. Me pergunto as vezes se não fui eu quem mudei.
Adoro humor negro. Não aprendi até hoje a usar os “Porquês”. Aprendo, e esqueço. Tenho que ficar com um papel anotado o tempo todo, como se fosse a fórmula de báskara.
Não gosto de dar presentes em datas festivas, sofro de crises de identidade na páscoa (Tá, brincadeira... É que o preço do ovo ta pela hora da morte!). Prefiro dar presentes por dar, sem datas marcadas.
Adorava Chaves, quando tinha tempo para assistir. Para mim, ele é um gênio. Ainda acho que é baseado na mitologia grega.
Eu também detestava o Orkut. Hoje, detesto quando está fora do ar. Me sinto “vendido” por isso as vezes. Mas me perdôo unicamente por que não fumo. (Olha aí o Porquê...).
E... Para terminar... Também sou reticente às vezes. Acho que por que sempre sinto como se houvesse algo mais a ser dito. Como se ali ficasse calada uma idéia importante que não pode ser dita. Mas que deve ser pensada.
Assim sou. Por enquanto.
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